Três pessoas morreram, uma delas degolada, e várias ficaram feridas hoje na cidade francesa de Nice em um ataque com uma faca perto de uma igreja, informaram fontes policiais e a prefeitura local.
O ataque aconteceu às 9h locais (5h de Brasília) perto da basílica Notre-Dame, no centro desta cidade da Riviera Francesa. O agressor foi detido.
De acordo com a rede britânica BBC, o prefeito da cidade, Christian Estrosi, disse que tudo apontava para um "ataque terrorista". A polícia informou que uma mulher foi decapitada no ataque e Estrosi falou em "islamofascismo".
A unidade antiterrorista do Ministério Público francês abriu uma investigação sobre o ataque.
Segundo o prefeito, o suspeito "repetiu indefinidamente 'Allahu Akbar' (Alá é o maior) quando estava sendo tratado no local". O ataque será investigado pela divisão antiterrorista.
O novo ataque acontece duas semanas após a decapitação do professor Samuel Paty, na região de Paris, que provocou comoção nacional.
O ministro do Interior, Gérald Darmanin, anunciou no Twitter uma "reunião de crise" com a participação do presidente Emmanuel Macron. Em seguida ele viajará a Nice. Ele também pediu que a população evite o local e siga a orientação das autoridades.
Também nas redes sociais, Estrosi contou que falou por telefone com o presidente francês, Emmanuel Macron após o ataque e que ele irá à cidade.
"Falei com o Presidente da República ao telefone que agradeceu à polícia de Nice e a todas as forças de segurança e pediu-me que passasse ao povo de Nice, para onde irá no final da manhã, todo o seu apoio", escreveu Estrosi.
Os deputados franceses, que debatiam um novo confinamento nacional decidido na véspera e que entrará em vigor nesta quinta-feira à meia-noite, respeitaram um minuto de silêncio quando foram informados sobre o ataque.
O primeiro-ministro, Jean Castex, que estava presente na Assembleia Nacional, abandonou o Parlamento ao receber a notícia.
Nice, uma cidade de pouco mais de 500 mil habitantes, foi cenário em 14 de julho de 2016 de um ataque que deixou 86 mortos no Dia da Festa Nacional, ou Dia da Bastilha.
Morte de professor
O professor Samuel Paty, de 47 anos, foi morto no último dia 16 após mostrar caricaturas do profeta Maomé em uma aula sobre a liberdade de expressão. Pouco depois de deixar a escola onde trabalhava na pequena cidade de Conflans-Saint-Honorine, em Yvelines, na região parisiense, por volta das 17h, o educador foi decapitado por um terrorista, um jovem de 18 anos de origem chechena.
Na semana passada, durante uma homenagem ao professor na Sorbonne, o presidente Emmanuel Macron defendeu a liberdade de expressão e o uso de caricaturas satíricas, como as do profeta Mohamed mostradas pelo professor. Desde então, vários países muçulmanos, como a Turquia, tem endurecido o tom de crítica e alimentado um boicote à França.