A realização e estreia de "Diafragma" no Olhar de Cinema é uma conquista significativa para o movimento da animação alagoana e para o cinema produzido no interior do país. O filme é uma co-produção assinada por Aqua Studio e Sambacaitá, com produção associada da La Ursa Cinematográfica e da Cana Filmes, e foi produzido com recursos do prêmio Elinaldo Barros/Lei Aldir Blanc, lançado pelo Governo de Alagoas, por meio da Secretaria de Estado da Cultura e Economia Criativa (Secult), e conta com apoio do Sebrae Alagoas para a sua distribuição.
O curta-metragem também se destaca pela sua abordagem inclusiva, com recursos de acessibilidade como audiodescrição, legenda descritiva e Libras. A produção pretende promover exibições focadas na acessibilidade, visando incluir mais pessoas na mágica experiência do cinema.
O roteirista e diretor Robson Cavalcante criou a história com inspiração em algumas vivências pessoais do seu entorno.
“Quando eu estava terminando a faculdade de música, adotei como tema do meu TCC o ‘Ensino de Música para Pessoas com Deficiência Visual’. Ali, tive contato com várias pessoas que tinham esse tipo de deficiência e ouvi suas histórias. À medida que analisava os relatos, fui anotando também alguns pensamentos, misturando ficção e realidade. Esses rascunhos viraram um texto, que se transformou na voz em off do curta. Um fato curioso é que, na semana em que foi concluída a animação do curta, passei por meu pai e ele não me reconheceu. Mais tarde, ele viria a ser diagnosticado com uma doença que, dentre outras coisas, levou sua visão”, relata ele.
Segundo Robson, além do desafio técnico de realizar seu primeiro filme de animação, trabalhando no interior de Alagoas, em termos de concepção, “um dos pontos mais desafiadores foi contar uma história sobre um tema como a cegueira de forma leve e com o respeito que o assunto exige, sem cair no capacitismo, por exemplo”, diz.
Para a secretária de Estado da Cultura e Economia Criativa, Mellina Freitas, apoiar a produção cinematográfica e audiovisual é de extrema importância para o desenvolvimento cultural e econômico de um estado, promovendo a diversidade de histórias e fortalecendo a indústria criativa. “A estreia do curta-metragem alagoano 'Diafragma' no Olhar de Cinema é um exemplo concreto dos frutos colhidos quando investimos na cultura e no audiovisual. Estamos orgulhosos de ver o talento dos nossos artistas alagoanos sendo reconhecido em festivais renomados. Continuaremos apoiando e fomentando a produção audiovisual em Alagoas, contribuindo para a construção de uma cena cultural vibrante e para a projeção de nossos talentos além das fronteiras do estado.", destacou a gestora.
PROTAGONISMO DA ACESSIBILIDADE
Com previsão de estreia em Alagoas no segundo semestre, Diafragma conta com um cuidado especial para seus recursos de acessibilidade. Uma forma de tornar o filme mais atraente para o público com necessidades específicas.
A produção pretende convidar o público para uma série de exibições com foco na acessibilidade. As sessões irão acontecer no Cine Arte Pajuçara, em data ainda não definida.
Produtora de acessibilidade do curta, Bárbara Lustosa destaca a importância desses recursos para o cinema. “Permear os filmes com acessibilidade é uma possibilidade de incluir mais pessoas na mágica experiência do cinema. Para que isso aconteça, é necessário prezar pela qualidade dos recursos de acessibilidade (Audiodescrição, Legenda descritiva e Libras) que devem ter em sua elaboração a participação especializada de pessoas com deficiência usuárias dos recursos”, diz.
Segundo Bárbara, a criatividade foi um diferencial no trabalho desenvolvido para acessibilizar o curta. Diafragma foi uma experiência incrível que fluiu bem pela linguagem poética e as pausas bem distribuídas ao longo da obra original. O resultado ficou bem integrado à obra o que nos deixou felizes”.