A Justiça do Rio de Janeiro determinou na noite desta sexta-feira a interdição de São Januário, estádio do Vasco. Na quinta, depois da derrota para o Goiás, pela 11ª rodada do Brasileirão, torcedores atiraram rojões, quebraram estruturas e entraram em confronto com a polícia.
A decisão em caráter liminar do juiz Bruno Arthur Mazza, do Juizado Especial do Torcedor e Grandes Eventos, acata um pedido do Ministério Público do Rio de Janeiro. O estádio a partir de agora está proibido de receber qualquer evento "até que reste comprovada a presença das condições necessárias por meio de laudos técnicos atualizados dos órgãos estatais e do Perito do Juízo".
Dessa forma, São Januário não poderá receber a partida entre Vasco e Cuiabá, pela 12ª rodada do Brasileirão, que a princípio seria realizada no estádio na próxima segunda-feira. O clube foi procurado pela reportagem, mas ainda não respondeu.
Um trecho da decisão diz o seguinte:
"...torcedores e demais participantes do evento tiveram o seu direito à segurança flagrantemente violado pela inicial atuação criminosa de um grupo de indivíduos e posterior ausência de estrutura física mínima e de preparação dos funcionários do clube réu em executar o plano de ação e de contingência que garantissem a pronta retirada dos torcedores daquele cenário de guerra instalado no interior e exterior da arena esportiva.
Ademais, ainda que se possa afastar qualquer ligação entre as pessoas que iniciaram os atos de violência e o clube réu, há de se buscar, neste momento, resguardar a segurança dos torcedores, com a interdição temporária do Estádio de São Januário até que se comprove a existência de condições de segurança com a apresentação de laudos técnicos atualizados dos órgãos estatais responsáveis, especialmente diante dos danos causados no local".
No seu pedido, o Ministério Público argumentou que o estádio foi alvo de ação similar em 2017, após a confusão no clássico contra o Flamengo. E que também houve registros de confusão, por exemplo, na vitória do Vasco sobre o Criciúma pela Série B do ano passado.
Além da interdição, o promotor Rodrigo Terra solicitou a condenação do Vasco por danos morais aos torcedores, com multa no valor mínimo de R$ 500 mil que seriam direcionados ao Fundo de Reconstituição de Bens Lesados. Essa questão não foi apreciada na liminar e terá seu mérito discutido mais adiante no processo.